“O sócio é a cooperativa”
O presidente da Cooperalfa e vice-presidente da FECOAGRO,
Romeo Bet, afirma nessa entrevista que o primeiro semestre teria sido
melhor se a estiagem e a crise dos suínos não tivessem afetado os
resultados. Em leite, Bet acredita que nos próximos anos aumente a
concentração da produção. Confira a entrevista conduzida pela Assessoria
de Imprensa da Cooperalfa.
Como foram os primeiros seis meses de 2012 para a Cooperalfa?
Romeo Bet: Pelo cenário que tínhamos projetado
poderiam ter sido melhores, mas considerando duas situações bem
distintas e delicadas, a seca – que afetou a economia de muitos
municípios -, e a crise dos suínos, até que tivemos um semestre
equilibrado e satisfatório. Essas duas situações nos roubaram parte da
rentabilidade e também do agricultor.
O senhor falou em crise de suínos. Há quem defenda que a
suinocultura no Brasil deva migrar para o Centro-Oeste, pois aqui no Sul
não é mais competitiva. Concorda?
Bet: Sinto que não há mais espaço pra suinocultura
crescer em nossa região. Na verdade, a cadeia suinícola está reduzindo
no Sul. Investimentos no setor, de fato estão indo para o centro do
Brasil por causa da fartura de grãos, facilidade de produzi-los e preços
baixos dessas matérias-primas, que são insumos das rações. A maior
parte da geografia sulina impede produção em grande escala de cereais.
Então não existe saída para os suínos de SP para baixo?
Bet: Há saídas, desde que se crie estrutura
diferente. Como somos grandes importadores de milho de outros estados,
precisaríamos de uma ferrovia para baratear o custo. A atividade não vai
desaparecer SC, mas vai se concentrar fortemente. Muitos já desistiram e
outros, de pouca escala, podem fechar as pocilgas.
Como produtor de leite em Planalto Alegre, como o senhor vê a concorrência nesse setor? Acirrada ou tende a esfriar?
Bet: Leite ainda está em franca expansão de oferta, a
qualidade genética dos animais está evoluindo, e mais produtores estão
ingressando na atividade. Com o tempo, provavelmente a produção de leite
também venha a se concentrar. A produção em baixa quantidade, a exemplo
de outras criações, não garantirá viabilidade futura. Por enquanto o
leite é a atividade rural que mais apresenta lucratividade ao
agricultor, especialmente aos pequenos e médios.
Há algum projeto de expansão ou investimento da Alfa que o Conselho de Administração esteja estudando?
Bet: Desde a fundação a Alfa sempre teve preocupação
com o crescimento. Se não fosse isso, não teríamos a solidez que
desfrutamos hoje. Nesse momento estamos ampliando a capacidade
industrial de trigo, e em vias de negociação para uma nova fábrica de
rações destinadas aos bovinos de leite. São duas ampliações que
adicionam valor aos grãos.
As previsões de clima para a primavera/verão são de chuvas
dentro da média e até acima. Isso é prenúncio de safra melhor e anima. O
que senhor pensa?
Bet:De fato os especialistas dizem
que perspectiva de clima é bastante favorável e tomara isso se
concretize. Além da safra boa, representa-me que os preços dos cereais
também tendem a permanecer atrativos no médio prazo.
Dia 07 de julho na América Latina comemorou-se o Dia
Internacional do Cooperativismo. Que mensagem o senhor deixa aos
associados da Alfa?
Bet: Diria a cada um que continue acreditando no
sistema e que, a cada dia, todos se conscientizem que a cooperativa é
ele, e é dele. Quando essa consciência for geral, certamente todos
ficarão ainda mais fortes e as entidades também, podendo remunerar
melhor a produção, efetivando novos projetos e assim por diante.
A grande maioria dos cooperados acompanhou a evolução desses 45 anos
de uma bonita história da Cooperalfa, uma história exemplar, desde as
dificuldades iniciais. Se tudo está firme é porque nesse tempo todo, os
cooperados se desenvolveram e acreditaram nesse projeto coletivo, as
diretorias deram bons exemplos e os funcionários assimilarem os
desafios. Que venham outros 45 anos.
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